quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A constatação do óbvio fim


Foi naquela manhã de nuvens esparsas, gotejando em pequenas doses e respingando a alma que rompeu-se enfim o silêncio. Disperso no ar o verbo louco e marejado mas sincero e melancólico. Não se sabe se tal fato indicava duração ou apenas mais uma desilusão seguida da burrice lógica de toda mulher. Quem é mulher entende o que a alma esbalda num ir e vir como a maré. Fases da lua, que no certo, mulher, o é. E foi no romper do silêncio que ele enfim instaurou-se. O silêncio revelador. Revelando toda a dor do ser. De ser. Enfim, o fim. Até mesmo a mulher cansa-se, um dia, de lua ser.