segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Chuva


Chuva que não cessa
E inunda a alma
Lavas o pensamento
De quem a sente
Como fosse a semente
Que brota de cada olhar?
Chuva em gotas esparsas
Ou ventanias algozes
Lavas as mazelas
De egos dissonantes
Como fosse a tristeza
de quem não sabe amar?
Chuva que vem de dentro
Utopia viva e latente
Lavas a realidade
Desnudando máscaras
Como fosse insanidade
De quem sabe sonhar?

domingo, 20 de novembro de 2011

Amorletas

Amorleta flua pelas margalisas
Amorleta pousa no meu sonho
Amorleta de gigrandes alasas
Amorleta delíssima faz carinho
Lembra que era só uma lagraça e eu já te amava?

Sânzio Barreto

E a lagraça
Que por hora passa 
se transformara em linda Amorleta 
De asas purpuraspuras 
Como o amor delíssimo 
Que maltratavamava nossos corasonhos...

Luciana Silveira



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Além


Hei de despir-me desse corpo que me veste, 
buscar no azul celeste algo que me caiba melhor. 
Livre dos grilhões que me prendem, 
somente entre luzes-pensamentos estarei. 
Nesse tempo, menos breve, haverá paz,
tempo para ser o que sou.
Por entre estrelas bordadas de ouro,
compartilharei então meu tesouro.
E voarei...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Invenções 4


O poeta não necessita estar amando para expurgar seus demônios. O poeta é todo amor. O amor está na desolação da vida complicada, porque isso significa crescimento pessoal e espiritual. Vez em quando passa por sua vista um gesto de ternura, um olhar complacente, uma conversa cheia de empatia. Cumplicidade. Ora toma conta de si uma loucura branda, como ondas quentes, e passa. Então, com medo de perder-se de si, organiza-se ( ou tenta), jogando palavras numa mesa, colocando-lhe cores e sabores, como um pintor organizando na paleta o que combina e o que não. E enquanto o silêncio fizer-se, brota-lhe no peito um ritmo descompassado de seu próprio coração. Um coração cansado mas disposto a colorir e "poetar".

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Ter ou não ter, eis a pressão"

 
São tantas e tantas pessoas com quem converso que questionam-se o tempo todo: O que é melhor, ficar sozinho ou ficar com alguém?  Na verdade, o questionamento deveria ser " ter ou não ter alguém". Digo isso porque hoje o que se vê é  egoismo, interesse próprio, e não amor. E o amor de que falo é aquele incondicional. Isso. O mais excluso, impraticado e sublime amor incondicional. Esse "amor" que andam praticando é cheio de condicionais. Se ele isso... Se ela aquilo...se...se...
Fora a pressão da sociedade: idade=valor, para cada idade, uma obrigação e da adolescência em diante, a obrigação de casar, ter filhos, ser um bom profissional.
 O melhor mesmo é ter um amor assim, livre de regras, alarmes, do outro...
E pleno de sentido. E não de ter tido.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dos sentimentos


Nunca sabemos o que inundará a alma de sentimento e muito menos do tipo de sentimento que virá. Pessoas que não fazem mais parte de nossa vida, ao aparecerem sorridentes ( e como são felizes todos os orkuteiros e facebookeiros) remetem-nos a algum tipo de sentimento. Uma amiga, ao ver o ex todo feliz ao lado da atual futura ex, tremeu-se de inveja. Ficou triste ao constatar tal sentimento invadindo seu ser. Perdeu a noite de sono por estar triste com algo que deveria ignorar. E chorou, ficou triste em um cantinho, chamando a atenção de terceiros. O problema é que nem sequer admitia sentir algo por alguém que foi bom mas que passou...E como toda mulher que se preze guardou essa tristeza para si pois não podia admitir o que lhe sucedeu. Como a inveja não é um sentimento nada bom foi transmutando de inveja para ciúme e acabou na solidão. Hoje, fazendo uma análise mais calculada, percebeu que o sentimento era a solidão. Se ela estivesse feliz, com alguém ao lado, olharia as fotos na rede social e vibraria por fulano ter encontrado sua alma gêmea assim como ela. Que bom que enfim clarearam-se as idéias de minha amiga. Mas será que é isso mesmo?

sábado, 6 de agosto de 2011

Desejo-inspiração


É na saudade que ela vem
A bendita inspiração
Com seus adornos sublimes
Onde me exponho em vão
Quase sempre expurgo
Entre bolhas de sabão
Notas tristes, consoantes
Sem vírgula nem perdão
Aquilo que se sente tanto
Meras ondas de fumaça
Num mais sem-mar ainda
E na mente desejo de estar

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Invenções de poemas


Agora a pouco
A lua consumiu-se
e brilhou como quimera
Quem me dera
Queimar-me assim
E como a planar
Em nuvens esparsas
Permitindo-se criar comparsas
Entre os arrebóis de cada dia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Invenções 2


Percorro os olhos pela alvura da parede e concentro-me que dessa vez não vou ser emocional, mergulho no infinito da razão como que fosse o último pulo para encontrar a comunhão. Traio-me. Enquanto isso no escuro meia-luz da lua um besouro (talvez) pratica seu ritual. Psicodélica lata sob o local de repouso. Preparo meu pouso...

domingo, 20 de março de 2011

Invenções 1


Foi naquela noite substancial que olhando a lua, plena de si, senti-me tal qual, plena de mim.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Todo Inteiro


Metade de mim é lampejo
A outra é sossego
Metade a verdade
Muita  saudade...
Metade de mim é segredo
Metade é como um beijo
Pura lealdade...
Metade de mim é acalanto
A metade outra é pranto
Todo inteiro pleno...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Águas profundas


Laço o lume da estrela e com ela vagueio. É pegar ou largar, no fundo escolho mas trapaceio. Coisas que me vêm à cabeça, lampejos de dias idos, ainda precisos na mente. A cabeça mente o que o corpo ainda sente. Nega. E nesse ir e vir de imagens mentais soam sinos ante a idéia móvel e fugidia de um dia ter e ser. Não vou falar de amor por hoje, quero apenas rezar. Olho pela janela, a lua mingua e é assim como me sinto. A bem-aventurança do invisível sentir. Sabor incandescente na aragem da alma ( Penso nisso enquanto sinto a brisa no meu rosto). Piegas, porém belo. Tolo e quase dolorido. Minto e repito como que para convencer não-sei-a-quem um não-sei-o-que. São vagas as minhas divagações, ainda que fixo em meu coração. São nesses dias que preparo o mergulho em águas profundas, despertando o inominável.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Considerações sobre a paz


Ele tem tudo que se espera de alguém e talvez essa angelitude assuste, ainda assim abro a janela dos meus sentimentos. E ouço críticas, comentários jocosos, previsão. Nem me importo. Estou de braços e coração entregues a esse futuro (já presente) amor. Isso porque me calo ante seus valores, que são meus. E porque em seus braços encontro abrigo e conforto. Sentimentos inexplicáveis, que quando você menos espera chegam e ancoram. E também olhos reluzentes, verdinhos como a esperança, invadem alma adentro. Também porque brilho ante sua presença. Porque depois que ele entrou em minha vida cuido melhor de mim e de minhas flores. Seu sorriso é meu. Porque quando ele vem, a paz se instaura.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bendita dor


Entendo a profundidade
Acoplada à imensidão
O sentimento infindo
Precisamente imerso
Nos mares-lares
Desse meu coração
Tatuagem permanente
Vindo em ondas constantes
Alagando o lado esquerdo
Fundindo-se em lágrimas
E tudo é sal
E sempre o sol
Assim são as lembranças
Do vívido tido
Agora
Passado-presente-até quando
Ontem-ainda hoje-você
Em mim.
Visto sempre o amor
Dispo-me do sentido
Dessa bendita dor