domingo, 31 de janeiro de 2010

Baile


 A lua tocou levemente minha vidraça convidando-me ao amor
Onde estará o formoso beija-flor?
Será que, de flor em flor, esqueceu-se de sua rosa?
Pegarei carona então na cauda daquele cometa
Voarei horizontes longíquos a procura desse pássaro distraído
E tendo-o detido, trarei seus lábios rosados, polidos,
E ao reconhecer sua mais rara flor
Com sua rosa vermelha irá bailar e flutuar
No reflexo da janela, à luz da lua...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dificuldade


A dificuldade sempre foi uma constante em minha vida dissonante. Desde sempre, desejo revelado, desejo consumido e consumado, desejo novo a nascer. O novo é presente mas as vezes revela medos ou náuseas.
A vida flamejante, cheinha de possibilidades e novidades sempre sempre sempre nova. A novidade vibra dentro, em mim, como o pássaro descobre sua nova rosa e suga-lhe pétalas e néctares. Muitas vezes o azedume mas nunca nunca o parar de tentar. Nunca nunca o desistir perante a dificuldade. Muitas vezes a necessidade vem como vem o novo dia e pede brilho. O medo pode despontar, desapontar, agredir, regredir mas não frear-me. E esses dias que passaram trouxeram-me estranheza mas possibilidade. Tristeza mas responsabilidade ante a precisão da luta e do podium primeiro, ou segundo, ou terceiro, mas ele lá: o podium de chegada. Com suas bandeiras e ares felizes de quem corre mas chega.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Alquimia


Tanto sonho transmutado em outros
São como bolhas de sabão antes de sumirem
E levados pelo bico do beija-flor
Volatizando em parcos ares
Vindo e indo em cascatas
Seguem tocando objetos e seres amados
No céu, sempre a mesma lua
A nos cobrir de esperança luminosa
Aqui embaixo, sempre os mesmos devaneios
Cegando, lucidez luminosa
Mas envolta em brumas esparsas
Pela janela sopro meus sonhos
Esperando que voltem realizando os tais desejos
Enquanto isso fecho os olhos
E permaneço.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um brilho


Um raio de luar caiu sobre seus tenros cabelos.
Ao passar os dedos por entre os fios, roubei-o pra mim;
Iluminei-me então de seu brilho,
E iluminada segui em meus passos vacilantes.
Mais adiante, o que vislumbrava eram imagens coloridas,
Imagens ressonantes, harmonizadas de seu matiz.
Quando enfim retornei a casa primordial,
Banhada de luz e fundida em sua cor,
O que senti... raízes, vitrilhos primeiros,
Derradeiros,
Desse amor-aprendiz.
Brilhamos desde então.
C a l e i d o s c o p i c a m e n t e...