segunda-feira, 8 de junho de 2009

Clariciana VI


E o que ela era? Ela vivera a ilusão de ser livre. Mas isso antes de ser contaminada, poluída. Uma liberdade inalcançável quando engana-nos dizendo que é, só pode revelar-se mais tarde como uma sensação de que nunca foi. Essa verdadeira liberdade não prende-se a nós... não nesse corpo. Sentia que a alma fugidia gostaria de paralizar os momentos fugidios, dominá-los. Em vão. O tempo esvai-se e o dela passou rápido demais. Perdera chances. Perdera experiências porque havia também o medo de sofrer. Em nome da liberdade ludibriada, ela perdeu e perdeu-se. Como nunca se dava por vencida, precisava abrir novas experiências mas dessa vez sem prender-se a bordões ou frases feitas. Nada de recuperar tempo perdido porque sabia agora que isso não existe. Agora era encarar o mundo real. Era entrar em contato com os fatos, positivos ou não. Era abarcar em si a realidade sem demagogia ou deformação. E principalmente era aceitar. Correu os olhos pela última vez em seu passado e nas fotografias. Cabeça erguida, voltou a si quando a última estrela perdeu seu brilho e a aurora já anunciava as boas novas. Orgulhava-se de ser fênix.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Eu não sei dizer nada por dizer,
então eu escuto...
Fala!