sexta-feira, 28 de agosto de 2009

De mim




De mim
Fiz-me vento
Enorme monumento
A se contemplar
De mim
Fiz-me ruínas
Engajando minha sina
E instituindo meu penar
De mim
Fiz-me tormentos
Vãos momentos
A me rodear
De mim,
Fiz-me cantar
Cantiga a me consolar
Para meus sonhos embalar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Na varanda



Dependurei na minha varanda
Um bebedouro de beija-flor
Para trazer-me
Alegria
Esperança
Nova vida
Bem-viver
Dependurei na minha varanda
Um pedaço de vida
Vida simples
Benvinda
Para sempre
E nunca
Morrer

domingo, 23 de agosto de 2009

Saudade


A saudade
Despenca sobre minha alma

Desperta sentimentos inócuos
Rabisca meu viver
Revolve todo o meu ser
Em uma luta incessante
Tento conter o rompante

Defender-me
Inútil
Ela vem e invade
Me arde

Lançando-me ao infinito eterno
E, ironicamente,
Eleva-me
ao além...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sorriso



Sempre sorrio,
Muitas das vezes sorrio triste.
Típico sorrir daqueles que precisam...
Rio muito!
Acho graça, sobretudo de mim.
Criatura esperançosa.
Desajeitada da vida.
Vida sombria
E, com suas idiossincrasias,
Vida límpida por demais.
Transparente como as águas,
Mas poluída como as tais.
Nessas horas, em que divirto-me de mim mesma,
Sinto a leveza da ave que voa ao longe
E pousa porque a terra é seu lar.
Essas, às vezes,
Insistem em catar as migalhas no chão.
Quem dera eu, pudesse voar...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Poesia





A poesia, de dia, me consome.
Em minhas batalhas noturnas,
a poesia deixa-me insone.
Bate na vidraça dos meus olhos
Mas sem pedir licença, adentra meu ser.
Corrompe-me,
Dilacera meu peito.
Quer extravasar-se de mim.
Os dedos procuram um instrumento,
O instinto lavra o documento.
Por um momento, livro-me do tormento.
Mas algo fica não-dito.
É que é difícil expressar o indizível,
O sentimento invisível.
A poesia é comigo um ser.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O caber


Descobri que habito em mim mesma, assim descortinei o mundo lá fora...
Todos os meus zelos foram inúteis.
Toda a minha graça encoberta, agora desperta, pulsa em mim.
Não caibo em mim de tanto amor.
Não caibo nesse mundo inverso, mas humildemente o revelo.
Sigo maravilhada diante de cada descoberta.
Sigo feliz.