segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fênix


Havia em mim um tempo torto
A poesia entalada não fluia
A vida entravada não movia
Um certo tempo assim de angústias
Hóstias sem consagração
Era um tempo incerto, reverso
Escuro, quase morto
As palavras, não se ouvia
O dia nem amanhecia
Sílabas espaçadas no gaguejar da alma
A letra torta, tremida
Não somava, não diminuia, muito menos multiplicava
Nada.
Mas depois da escuridão houve fraca luz
Abelhas  aninhando-se em colméias
Formigas levando grãos pouco a pouco
Então, houve em mim, aos poucos, o nascer do sol
O dia iluminando-se lentamente
E no chão brotando as sementes
Tudo muito devagar ( eu a divagar)
Houve então explosão
O cinza transformando-se em liláses
Liláses em azuis
Azuis em vermelhos...
Arco-íris derrotando o negro da alma
Instaurando-se, dominando a escuridão
E então hoje há pétalas de rosas cobrindo-me
E todas as deusas bailando dentro de mim.

2 comentários:

  1. Oi querida, que poesia mais bonita... eu adorei... essa metamorfose expressado em "FENIX" muito bonito... vc sempre com poesias muito fortes... Parabéns e um ótimo feriado!!!

    Bjos,

    *Simone*

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  2. O que não faz a descoberta da imansa capacidade que há em nós!!!
    De aplaudir muito!!
    Beijo carinhoso Lú querida
    Bea

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Eu não sei dizer nada por dizer,
então eu escuto...
Fala!