sábado, 17 de janeiro de 2015

Considerações sobre o amor verdadeiro



Lança-se a pergunta aos céus
Será o amor  o causador da mudez?
Quanta insensatez!
Pois que o "amor" é enfim deposto
De seu trono platônico

O amor verdadeiro
No solo cria raízes profundas
E na superfície brotam amores-perfeitos
Sempre voltados para o sol
Moldando a alma em luz

Nada tem de dor
A solidão completada
A lida menos doída, ou diluída
Na completude de nossos braços
Ao final do dia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ninho



Na pureza do seu sorriso
Abrandei meus anseios
Naquele momento
Abandonei os mitos 


Em tempos frios
Calor de seus braços
Perfeito acalento
Para os cansaços


E de todos os perfumes
Seu cheiro
De todos os sentidos
Sua pele


Nosso sonho desperto
Renovando amanhãs
Ao cantar dos passarinhos
Enfim em seu ninho.

sábado, 8 de março de 2014

Voando alto



A beleza rompeu-se do silêncio
O gosto pelo simples, singeleza
Na vida, na lida, na natureza
Desfolhando-se em  horizonte límpido

E dentro desse brilho o meu amor
Que é doce-especialmente diferente
E que fez-me ressuscitar de um sonho
Onde só havia a espera de reencontrar

Sou presa fácil em seus braços
Presa que estou em seus olhos
Livre de medos tolos, já remotos
Vivo a lida de passarinho voando alto

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Passarinho


Passarinho derrama luz
Vida que se encaminha
No âmago das coisas belas
E que dentre outras coisas altera
O ritmo do meu coração
Porque nada mais me pertence
Nem mesmo o pensar constante
Desde aquele instante
Em que você se aninhou em mim

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Amor meu


Então Amor meu...
Pode me explicar o que aconteceu?
Como assim que de repente o sol volta à brilhar
E o fogo que perdi do olhar torna a iluminar?
Tenta me situar...
Pode me dizer em que estrela mesmo estavas
Quando insone ou dormindo eu te procurava?
Diga amor meu, como foi que janeiro floresceu
Querendo setembro adiantar?
Desculpa Amor, se te aperto assim
É que foi te encontrando,
Que retornei à mim...
E um bando de querubins
Vem enfim nos abençoar!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Acalanto


Nos teus braços tenho acalanto
Cessando enfim meu pranto

Teu olhar 
Meu olhar
Encanto

Peço atenção ao passarinho:
Cante sempre a cada instante
Pois minha alma antes dissonante
Encontra-se novamente em paz!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Alma


Amor, meu novo e velho amor
Foi na ternura dos seus olhos
Que me reencontrei

E de encantos tenho vivido
Desde que bendito foi aquele raiar

Num tempo onde é infinita
A beleza do encontro
De almas afins
Que outrora perdidas
Voltam a se amar

E tenho zombado do que poderia ter sido
Perto do que ainda será.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Cheiro

Tem gente que tem cheiro
De passarinho quando canta,
De sol quando acorda,
De flor quando ri.
Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede.
Tem cheiro de gente
Que quando acorda
ri
ao lado da flor
e sente no balanço
uma rede.
Tem passarinho com cheiro de gente quando canta,
e rede com balanço e flor, e mais gente sentada ao lado
Para rir e acordar...
aaa, o cheiro de gente como encanta.
E canta enquanto encanta...
Sentada ao lado para não acordar.

Sonia Vico e Luzciana Silveira - Dedicado ao dia da poesia.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Vento

Será preciso tempo
ou mesmo o vento
para desembaraçar
seus cabelos
caracóis se perfazem
num emaranhado frenético
miscelanea de idéias
Por dentro.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Aspas


Por entre asas
"aspas"
emplumadas - sonhos
Vislumbra-se
o ser
Talvez seja esse
O minuto que antecede
o fruto
Mãos espalmadas
Silencio e lucidez.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Da lágrima


E da lágrima que brotou
Botões vermelhos surgiram
Embalados ao véu da noite
E cada canto contido
Escondido
Extraído agora
Nessa onda noturna
Onde tudo é silêncio
e descoberta
Uma luz no fim do túnel
Um beco onde há saída
Vida.


domingo, 7 de outubro de 2012

Despertar


Noite passada ela dormiu e sonhou que catava estrelas no manto de mãe Maria. Seu dia foi leve como poesia pequena, sem rima nem estrofe, mas linda em sentimentos. E teve cigarra cantando... um bando de cigarras como que chorando a dor de serem efêmeras. Seu canto tinha um quê melancólico, um chamado urgente e desabrochava em si sobre o véu prateado da lua. E a menina, pequena que é diante de tal quadro, adormecida ficou por uns tempos. Mas isso aconteceu antes que ela despertasse para dentro de si...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Silêncio


Tempos de falar, horas de calar
O que se fala é algo incomum
Tempo seco, substancial
Sementes guardadas
Futuramente depositadas
Em solo propício
Pensamento flutuante
Mas pés descalços
Na terra.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vicissitudes


Minha voz anda soando muda
Silenciosamente reclusa
Obtusa
Decepcionada com o viver
Suas vicissitudes - crueldades
E a carne grita surda
Como está meu coração

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Hoje


Apenas respirar
E a cada manhã retornar
Dormir sem mais se ferir
Sem nem mesmo ter que pedir
Pedido perdido ao entardecer...
Voar em verdes planos
Um dia de cada vez
Em vez de tudo-ao-mesmo-tempo-agora
Porque o ontem não faz mais sentido
E o amanhã está sendo fecundado...


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Chuva


Chuva que não cessa
E inunda a alma
Lavas o pensamento
De quem a sente
Como fosse a semente
Que brota de cada olhar?
Chuva em gotas esparsas
Ou ventanias algozes
Lavas as mazelas
De egos dissonantes
Como fosse a tristeza
de quem não sabe amar?
Chuva que vem de dentro
Utopia viva e latente
Lavas a realidade
Desnudando máscaras
Como fosse insanidade
De quem sabe sonhar?

domingo, 20 de novembro de 2011

Amorletas

Amorleta flua pelas margalisas
Amorleta pousa no meu sonho
Amorleta de gigrandes alasas
Amorleta delíssima faz carinho
Lembra que era só uma lagraça e eu já te amava?

Sânzio Barreto

E a lagraça
Que por hora passa 
se transformara em linda Amorleta 
De asas purpuraspuras 
Como o amor delíssimo 
Que maltratavamava nossos corasonhos...

Luciana Silveira



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Além


Hei de despir-me desse corpo que me veste, 
buscar no azul celeste algo que me caiba melhor. 
Livre dos grilhões que me prendem, 
somente entre luzes-pensamentos estarei. 
Nesse tempo, menos breve, haverá paz,
tempo para ser o que sou.
Por entre estrelas bordadas de ouro,
compartilharei então meu tesouro.
E voarei...