terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre a organização do caos


E é quando me sinto entardecer que vem a vontade inerte de escrever. Por dentro latejam rimas soltas, sem direção. Procuro no meio da confusão de sentimentos um papel-teclado para fazer brotar flores onde há caos. E vem reza de anjo torto, vem súplica de diabo querendo virar anjo. O que vier eu desentorto, alinho, tento. E tem tentação de dedicatória também. Nunca para mim.O vitrilho-mente divide-se ao meio, metade arco-íris e em metade, cor não há. Repouso sobre lembranças ainda vívidas, relíquias de esperança e fico a contemplar. Se um botão abre-se em flor, é meu coração que acelera. E agora mesmo, na primavera, meus versos pobres saem salpicados da canção das cigarras. É preciso esses instantes onde pairo sobre mim mesma. Tomo em mim um grito rouco, desenho louco se faz. E que Deus abençoe meus dias em que transformo angústia em mel ou dias em cartas, poesias e amor.

5 comentários:

  1. Minha querida
    Um texto muito lindo.

    E que Deus abençoe meus dias em que transformo angústia em mel ou dias em cartas, poesias e amor.

    Maravilhoso.

    Beijinhos
    Sonhadora

    ResponderExcluir
  2. Lu

    Sempre escreveste bem prosa, mas este texto deliciou-me! Te admiro, continua...

    Beijo carinhoso

    ResponderExcluir
  3. Se da semente nasce um jacaranda pq não brotará flores de seu ser? bjks
    cantantes

    ResponderExcluir
  4. Inspirador entardecer!
    Tenho tentado fazer do caos, flores.
    Abrandar redemoinhos
    Pairar sobre nós mesmos é preciso
    Apesar do coelho estar sempre atrasado.

    ResponderExcluir
  5. Lindo lu!
    Acho o entardecer sempre melancólico. Mas, vem a noite e apazigua o meu caos.
    Bjs.

    ResponderExcluir

Eu não sei dizer nada por dizer,
então eu escuto...
Fala!